Mi Madre! nasce filha da hibridez ibérica que nos conforma. E, enquanto também ibérica, ibérica nas suas contradições, na sua exuberância, no encontro, na assimilação, no desejo, no ser e no outro.
A Ibéria vem de longe e chega aqui, ao pé de nós, em Belém. Nós a somos também. Ainda que a história seja um processo de temporalidade e expansão, nenhum de nós consegue deixar essa herança, que está no germen de nossa criação, ser daqui, ser dali e de acolá. Ser do mundo.
Mi Madre! é o processo, et comme ça, bouge. Bouge beaucoup. Filha do Ver-o-peso, da 4 e 4, de Frida, de O Poderoso Chefão, de Amélie Poulain, de James Ivory, de John Travolta e seus embalos, na lambada... e tantas outras referências, filha da cópia, do feio e do bonito. Mi Madre! pretende o encontro, o desejo, o luxo despojamento do, simplesmente, sentir-se bem.
Começamos com uma série de bolsas, feitas com esse aquie ali que vivemos, que assimilamos. Assimilamos mais, mas muito mais, do que o percebemos. Com referências daqui e d'acolá, ainda meio industrial e artesanal, fruto às vezes psicodélico e psicomental desse momento. Coisas que eu divido com vocês.